É normal ajudarmos os nossos filhos a cumprir tarefas do dia a dia, principalmente quando eles ainda são pequenos, o que gera uma certa dependência. E esse cuidado fortalece laços e aumentar a confiança, porém é preciso trabalhar a autonomia da criança para que ela desenvolva competências e habilidades que precisará utilizar durante toda a vida.
O que precisamos fazer é estimular o desenvolvimento da criança. Isso é feito oferecendo para ela a oportunidade de vivenciar experiências diversas. Assim, ela é treinada para vencer os desafios que surgirão ao longo do caminho, eu sei, não é fácil para nenhum dos lados.
Vou contar a vocês algumas experiências que tive, e você vai entender que essa é uma questão muito importante, por isso, preparamos este artigo para apontar quais são os benefícios de ajudar a criança a desenvolver sua autonomia desde cedo.
Realizar atividades básicas sozinho
Existem diversas tarefas que, em algum momento, seu filho precisará começar a realizar sozinho, então comece já. Esse é o caso de tomar banho, alimentar-se, escovar os dentes ou pentear o cabelo. O ideal é que você desenvolva a autonomia da criança para que ela saiba como cuidar de si mesma e consiga realizar tais atividades. Quando minha filha começou a se alimentar, aos seis meses eu ofereci a colher e meu marido se chocou. "Ela vai se machucar, vai fazer bagunça. Não é melhor você dar na boca?" Claro que eu dei na boca, mas deixei que manipulasse a colher para se familiarizar.
Quando ela tinha três anos comia sozinha e com garfo nos restaurantes que frequentávamos as mães chegavam em nossa mesa para perguntar o que eu tinha feito para que ela comece sozinha. Dei a oportunidade!
Entenda que não se trata de deixar de ajudar o seu filho, mas de ensinar com carinho, ludicamente e amor as tarefas que ele deverá cumprir. Além de se torná-lo mais independente, é dessa forma que ele desenvolve habilidades como a coordenação motora.
Permitindo a autonomia da criança, ela terá uma interação maior com o mundo ao seu redor e a oportunidade de conhecer a si mesma. Assim, a sua cognição será trabalhada, despertando habilidades físicas, mentais e sensoriais.
A criança precisa ser desafiada pelos problemas que encontrará, precisará pensar em soluções para elas e isso estimulará o seu raciocínio e as suas tomadas de decisão. Você vai perceber, a criança fica mais confiante em seu próprio potencial e mais segura de suas ações.
"Minha filha ficou com frio hoje. Ela disse que você não pegou dentro da sua mochila. Você não podia ajudá-la?"
Não, uma menina de oito anos deveria ter a autonomia suficiente para entender que se ela está com frio deveria pegar dentro de sua mochila a blusa e se aquecer. Não é maldade, mas devemos ensinar nossos filhos para viver no mundo. Infelizmente (felizmente) não podemos viver 24 horas com nossos filhos e um dia eles vão precisar se resolver sozinhos. Pensem nisso, você também precisa viver!
Conversei com a menina, inteligente, porém totalmente dependente e ela disse que quando estava com preguiça a mãe colocava comida em sua boca. Consegui entender o motivo da presença dela em minha sala. As outras crianças faziam Billings com ela, pois não conseguia fazer atividades básicas sem ajuda.
Quando a criança tem um pouco mais de autonomia, ela passa a entender que algumas tarefas e ações são de sua responsabilidade. Esse é o caso que estou me referindo. Saber que é preciso se alimentar, tomar banho, recolher os brinquedos, arrumar a sua cama, guardar as próprias roupas sujas ou limpas, entre outras atividades que são próprias para a sua idade. Oito anos a criança deveria ser capaz de colocar sua blusa e muito mais.
Com as atividades aumentaremos o seu senso de responsabilidade. Aos poucos, será possível designar tarefas mais complexas, permitir que ela ajude em casa e, assim, seu filho vai perceber e se colocar o seu papel dentro da família, em sociedade e o assuma.
Sou pedagoga e psicopedagoga a muitos anos e eu percebia o "sofrimento" das crianças e principalmente de seus pais!
Papais, mamães e avós chegando em minha sala chorando e dizendo...
"Se ela souber fazer tudo que você quer eu não vou servir para nada! Você não tem noção da vida lá fora!"
Bom, esse papo de família super protetora é para um outro dia.
Enquanto trabalha a sua autonomia, a criança vai se deparar com situações que a desagradam, e realmente não é fácil lidar com frustrações que a vida nos oferece. E as vezes os pequenos problemas que terá de enfrentar o fará crescer e desenvolver muito. Ele (a) passará por pequenas frustrações e aprenderá a lidar com tudo isso, entendendo que as coisas nem sempre acontecem da forma como esperamos ou queremos. Chorar e se jogar no chão não resolverá. Tente conversar e peça opções de resolução para o problema e a partir disso ajude a escolher a melhor sem influenciar muito. Lembra da postagem anterior onde falamos sobre conversar com seus filhos, é disso que me refiro.
As crianças precisam exercer a paciência, fazer as atividades numa determinada ordem e seguir algumas regras, mesmo que não queira. Esperar a sua vez em uma fila. Assim, trabalhará as suas emoções, aprendendo a lidar com aquilo que sente e a expressar o seu pensamento de forma clara e objetiva. Tomar sua decisão.
Hoje, nós encontramos adultos que não conseguem esperar a sua vez na fila do pão, do banco...
Possibilitar o desenvolvimento da autonomia da criança é um passo muito importante no desenvolvimento dela. É desse modo que ela terá um pouco mais de independência, o que é importante para conduzir a sua própria vida quando adulto, e você ficará muito mais tranquilo sabendo que seu filho sabe cuidar de si mesmo e está sendo bem preparado para o futuro. Vai se sentir melhor em saber que quando ele (a) estiver na escola saberá viver sem você para colocar a blusa ou a comida em sua boca.
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