São gritos, impaciência, mordidas e muito choro, ela se joga no chão, se levanta e puxa os cabelos da irmã, que não entende o que está acontecendo, mas tenta acalmar a pequena. A mãe cansada do trabalho, das obrigações chega com um pouco de água, conversa e a segura, dar o colo, o abençoado peito, porém nada põe fim enquanto o furacão não passa.
Este furacão chama-se Stella.
A mãe que chega para tentar diminuir esse vendaval de lágrimas sou eu. E sei bem que Os terríveis dois anos (literalmente: "os dois terríveis") é o nome desse período assustador da vida de uma criança que pode durar de 18 meses a três anos. É quando os bebês ganham os primeiros dentes, ficam mais independentes e começam a querer fazer as coisas sozinhos. As crianças também querem independência, mas precisam de ajuda em tudo, claro. Mas sem aceitar nada dos pais ou de outros adultos.
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Trabalho com as minhas filhas a independência, a autonomia desde bem novas e neste momento o furacão Stella está se alimentando de e forma inadequada, pois, esse período terrível a deixa nervosa. Escolhe comer apenas se no prato estiver brócolis (sonho de toda mãe), a colher é para fazer batucada, ela quer comer com as mãos e mostrar cada coisa. As vezes quer somente o que está no prato da irmã (que é a mesma coisa), quer ficar de pé na cadeira.
Quer o controle e quando o tem, não sabe o que colocar e nos pede para colocar o desenho preferido e quando colocamos, a música que ouviu ontem 1000 vezes não quer e começa tudo novamente... Choro, meleca, pirraça no tapete.
Os terríveis dois anos é assustador para as mães.
E então, o que eu faço para acabar com "os terríveis dois anos?"
Essa fase faz parte do desenvolvimento natural das crianças. Isso porque, nessa idade, ela passa a se perceber como indivíduo, a entender suas próprias vontades e opiniões e, a ter desejos mais concretos, não vendo sua idade como empecilho, quer tomar suas próprias decisões.
Mas este não é um texto sobre “como evitar a crise dos 2 anos”. Evitá-la é impossível!
"Como assim, você é psicopedagoga, você tem que fazer alguma coisa, me dizer o que tenho que fazer. Pelamô!"
Eu disse tristemente para a mamãe o seguinte: IMPOSSÍVEL, como disse, já passei por vários furacões no trabalho e pelo segundo em casa (que confesso que está sendo bem pior que a primeira). Este período faz parte do desenvolvimento e é importante para que a criança descubra e entenda suas próprias emoções.
Todos os pequenos sofrem com a mistura de sentimentos que essa fase traz, mesmo que alguns tenham uma intensidade maior. O que resta aos pais é saber esperar que esse momento passe – e aprender a lidar com as birras, discussões e grandes cenas que seus filhos fazem.
Como lidar com a criança na crise dos 2 anos?
Eu entendo como profissional, eu entendo perfeitamente como mãe, muitos pais encontram dificuldades para lidar com as crises dos filhos e ficam com raiva da criança, gritam, perdem o controle etc. Para evitar esse tipo de situação, que só piora as reações da criança, trouxe algumas dicas de como lidar com a crise dos 2 anos:
1. Você é o adulto
Não se deixe abalar pela vergonha, frustração ou raiva nesse momento. Não ligue com que os outros vão pensar. Perder o controle vai fazer com que seu filho pense que você é uma criança, como ele. Respire e tente agir com maturidade e racionalidade, mesmo que seja difícil, é o que vai mostrar que você é o adulto responsável, que sabe o que é melhor para ele.
2. Faça os combinados o tempo todo
Não existem limites para as crises. "Meu filho é só assim em casa" Não, isso é mentira. Então, antes mesmo de sair de casa, explique ao seu filho onde vocês estão indo, o que vai acontecer nesse lugar e o que ele não pode fazer por lá. Além disso, ele deve saber o que acontece caso ele quebre as regras. Ele fica sem o desenho ou músicas preferidas? Perde pontos? Fica sem algum brinquedo de que goste?
3. Espere o furacão dissipar e então converse
Se ele (a) estiver chorando, jogado (o) no chão, brigando com todo mundo, espere esse momento passar. E pode demorar, mas vai passar, e assim que terminar converse com seu filho. Diga que entende que ele esteja triste, com raiva, magoado, mas que isso não é motivo para ele agir dessa forma.
Seu filho entende muito mais do que você pensa, converse de forma simples e palavras fáceis e ele vai te entender.
4. Antecipe-se
Poupe-se do desespero e evite situações em que seu filho (a) tem crise. Se você sabe que tem as crises quando estão em uma padaria, pois tem brinquedos e doces perto do caixa, se você puder evitar de levá-lo, faça isso. Caso não tem como evitar, faça os combinados (2).
Ele fica descontrolado sempre que vocês vão a uma loja de brinquedos? Não o leve a lojas de brinquedos. Algumas vezes, será impossível evitar, então tente se dar essa folga quando puder.
5. Eu te amo e o Pepê!
Depois de uma grande crise, briga, choro, pirraça e todo o combo, afirme que não gostou da atitude, mas você o ama. A criança se sentir muito perdida nessa fase, e o amor dos pais é essencial para que ela volte ao seu estado normal.
Esse momento é tão difícil ara os pequenos quanto é para os pais, por favor, tenha paciência, amor e compreensão. Esses sentimentos são essenciais nessa época dos 2 anos.
Para meu furacão o pepê é algo fantástico. Ela é tão apaixonada pelo leitinho da mamãe que é momento de calmaria, de toque e olhares. Na transição da crise, quase chegando ao final ela grita, "Um pepê, um pepê!", então eu sei que está próximo do fim.
Se você ainda amamenta, ofereça, deixe que as lágrimas sejam enxugadas pelo leite materno.
6. Banho
O meu furacão, Stella, essa semana ela já teve duas crises bem intensas. Ela ainda tem dificuldades em formar uma frase de acordo com seus pensamentos, diz palavras soltas em um contexto do que está acontecendo.
Pegou o controle e cantou um trecho de música, eu logo coloquei no "Funk do Pão de Queijo" e a frase seguinte foi: "Hoooo mamanhê!" na sequência veio as lágrimas, a pirraça e tudo que eu e todas as mamães detestamos.
Tentei ir colocando nos desenhos que normalmente ela gosta, mas a cada tentativa era NÃO, NÃO, NAUMÔ!
Desliguei a tv, me sentei no chão e a chamei. Ela se sentou no meu colo, porém não conseguia se controlar e chorava, pegava em meu rosto e gritava. Fui tirando a roupa e fui para o chuveiro e ela estava aos berros. Quando as primeiras gotas caíram no corpo dela pareciam pimenta.
Abraçada com ela debaixo do chuveiro fui dizendo que eu a amava, que eu a entendia e que estava tudo bem... ela foi se desarmando, mamando e dizendo "Sim, mamãe".
Não é fácil, mas tudo passa...
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