Você se preparou, fez inúmeros planos e expectativas. Uhuuuu o meu bebê finalmente chegou!
Em níveis nunca antes imaginado o primeiro filho do casal traz uma imensidão de alegria e amor, mas também de medo, questões e aquele sentimento " estou perdido (a)", e é normal.
No entanto, a chegada do seu bebê, não só a rotina do casal muda, mas também os indivíduos, as vezes as mudanças acontecem quando descobrimos o Positivo.
Com as responsabilidades e os cuidados com o recém nascido, o tempo fica curto, o cansaço fica gritando, você tem uma leve lembrança de como era seu sono.
Para alguns casais isso fortalece e faz a diferença para o casamento, isso fortalece os sentimentos, mas para outros o resultando algumas vezes aparece no pedido de divórcio.
Para alguns conjuntos de família a separação após nascimento do filho é uma espécie de tabu. "Separou deve ser por algum motivo grave, traição!", existe muito papinho, e receios em torno desse tema, pois ele destrói o mítico conceito da “família perfeita”, aquela da margarina.
O que sabemos que é uma besteira, família é o grupo de pessoas grande ou pequeno que se amam e se cuidam verdadeiramente.
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Existem alguns conflitos comuns dos casais com filhos recém-nascidos, que precisam ser conversados, entendidos, desmistificados e EQUILIBRADO. E a falta de diálogo, dedicação, paciência e empatia sobre esses temas podem acabar em separação após nascimento do filho.
Vamos dar alguns exemplos:
1. Puerpério
Puerpério, o pós-parto é um momento de muitos conflitos, de desespero, hormônios , corpo, além do período de luto. Luto por quem éramos, pelo que fazíamos antes e que não vamos fazer mais, pelos sonhos antigos que ficaram para trás. Aquela sensação de que você agora não pode errar mais. Tem que ser perfeito 100% do tempo (o que causa frustração e medo).
Quando o bebê nasce a mãe também nasce e é muito difícil esse nascimento, as pessoas costumam "florear demais", mas no íntimo sabe que é desafiador. A mulher que é a chave principal desse momento tem dúvidas em como amamentar, a fragilidade na recuperação do parto, autoestima abalada, o que fazer até o fim do curto período de licença- maternidade, a rede de apoio, e ter o companheiro (a) por perto.
Sem o diálogo é perigoso.
2. Divisão de tarefas e trabalho em equipe
O recém-nascido carece de colo, nos primeiros meses ele exige imensamente da mãe, precisa estar no colo, ainda precisa da sensação do útero. E isso faz com que muitas vezes, não sobra tempo nem para um banho ou cuidados básicos consigo(a) mesmo(a), tarefas básicas como arrumar a casa, fazer um jantar melhor.
E como a maternidade é vista por muitos, talvez por causa da cultura que vivemos, da falta de diálogo, cria-se a ilusão de que dedicar-se aos cuidados com os filhos é uma tarefa simples. Porém, na verdade, é algo que demanda muito tempo e esforço, , somados às demais tarefas do dia a dia.
Quando não há a divisão das tarefas e a plena compreensão do quão complicado é desempenhar cada uma delas agora, é certo que haverá conflito.
3. Paciência (sem)
As horas de sono são curtas, a fome, a falta de um banho quente e ficar em silêncio...São pólvoras para o desentendimento, as brechas que encontramos para extravasar a tensão que se acumula com a nova rotina são minúsculas, mas o problema é que são dois precisando desse movimento, mas nenhum tem paciência, empatia. Se coloque no lugar do seu companheiro (a), e lembre-se, tudo vai passar.
4. Intimidade e a mente duvidosa
Mil novas obrigações, é certo que muitas coisas acabam sendo deixadas para trás ou passam despercebidas. Quase não há tempo para um abraço, um elogio, um beijo, pois tudo está voltado para o momento e o momento é do bebê. Sexo, nem pensar!
"Estou casando (a), agora não dá por causa do bebê, ele está acordado. Não posso, não estou muito afim..."
No pensamento, ideias começam a brotar timidamente e silenciosamente:
"Será que ele (a) não gosta mais de mim?
Será que ele (a) tem outra mulher/homem?
Ela (e) não está fazendo nada pela relação!
Tenho saudades de quando ela (e) gostava da gente... é muito ruim pedir separação após nascimento do nosso bebê? O que os outro vão pensar?
5. Cansaço total
Durante o dia o mundo faz seu próprio barulho, as coisas se movimentam, tem sua agitação o que é audível, porém a noite é silenciosa, escura, não tem os mesmos ruídos do útero, não tem os movimentos que deixava o bebê ciente que estava protegido. Pronto, esse é o momento da comunicação do seu bebê se comunicar, claro, com choro!
Você sonha em dormir, sonha com o bebê dormindo, tudo isso com os olhos arregalados. Só quer descobrir a posição mais confortável para o bebê e quer muitas vezes passar a "batata quente" para o outro e as discussões por conta do cansaço acontece.
6. Vida após a maternidade/paternidade
Você se torna mãe, pai e não deixa de ser mulher e homem. Não se pode deixar escapar as suas próprias necessidades em conjunto com o outro. Em meio a tanta confusão, temos de reconstruir o lar e também a si próprio.
O sonho da promoção é colocada dentro da gaveta. Aquela viagem do ano que vem sumiu. Curso para se melhor colocar. Tudo vai embora, na verdade se deixa ir. Ei... Isso não é legal! Melhor repensar.
7. Saideira
Ver os "amigos" se distanciarem, os convites não serem feitos mais. Agora, só conseguimos sair do ninho se for para voltar com o alimento da cria. Qualquer outro desgaste excessivo é demais, faz falta um chopinho com os amigos. O cinema com a amiga.
O casal não tem assunto e os assuntos passam a não ser mais tão interessantes ou diversificados. Afinal, o assunto do momento é o desabafos sobre cotidiano ou reclamações do preço da fralda.
As mulheres tem muitas vezes um único confidente, (o companheiro) que passa realmente ser o único, que também carece de cuidados e de se sentir ouvido. Precisa dizer o que está passando, porém é uma guerra de necessidades que não é pesada e dividida.
Novamente a empatia deveria ser o assunto pensando.
8. Dívidas
O dinheiro é uma causa clara de separação. Uma fralda, o leite, a cervejinha, uma sandália precisam ser bem colocados na ponta do lápis das prioridades.
Nossas necessidades acabam se tornando menores quando comparadas à vontade de proporcionar a melhor base aos nossos filhos.
Mas precisamos nos cuidar para cuidar.
Pense em fazer algo para gerir melhor suas finanças, quem sabe isso melhore sua vida de alguma forma. Não é fácil, mas o mercado digital tem mudado com tudo que estamos passando. Pense nesse assunto.
9. Autoestima baixa, solidão materna
A mulher sofre muito com o pós parto, muitas mulheres se sentem "feias", o corpo está diferente ao anterior, desinteressantes, diástase. Quando se olham no espelho não se enxergam, conseguem ver apenas uma mulher cansada. Sentimos o peso da gravidez ainda na barriga, o peso de todas as obrigações nos ombros.
As vezes o modo de conviver com a pressão da paternidade é ficar longe de casa e isso destrói tudo que foi construído.
O corte de cabelo, a pintura estão todos a desejar, a ruga que antes nem notada agora estão lá, o sono que precisava se aliviar em algum lugar e achou conforto justo embaixo dos olhos te transformando em um panda. A dúvida e o medo vai fazendo parte da mente. As vezes o companheiro não se sente na obrigação de apoiar e a solidão materna está do lado do sofá e da cama, e a auto confiança cai.
É amor exacerbado direcionado para o bebê, enquanto nós, somos esquecidos por nós mesmos.
E quem se lembra?
O amor fica na memória, na foto que agora está tombada ou rasgada. E não dá tempo de lembrar. Então ele parte e não volta mais.
Converse, não grite, tenha empatia. Se realmente acreditar que será o melhor para vocês a separação, faça. Sejam adultos e pais do bebê que veio a partir da junção do amor que outrora existiu. Seu filho ou filha não devem sofrer com todo esse conflito.
O amor pelo seu bebê deve ser dobrado e não diminuído.
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